São Paulo – Após a divulgação do sumiço de 15.399 caixas com documentos do arquivo da Companhia do Metropolitano, a bancada do Partido dos Trabalhadores na Assembleia Legislativa de São Paulo promete entrar com uma representação junto ao Ministério Público para investigar o fato.
Nas caixas desaparecidas havia relatórios de análises das ocorrências da Comissão Permanente de Segurança (Copese) de 2006 a 2009, entre outros arquivos, além de contratos assinados entre 1977 e 2011. Embora o sumiço tenha sido detectado em 9 de julho, o edital com o relato do desaparecimento só foi publicado no Diário Oficial Empresarial e veio a público após matéria do jornal O Estado de S. Paulo de sábado (1º/12).
Em nota, a liderança do PT no Legislativo estadual, apontou questões que considera importantes a serem esclarecidas: “Por que o Metrô demorou quase cinco meses para divulgar o fato? Onde estavam essas 15 mil caixas? Como foi possível 15 mil caixas de documentos serem levadas de onde estavam sem que ninguém visse?”
Neste segunda-feira (3), direção Metrô informou por meio de um comunicado que, periodicamente, envia seus documentos para a empresa PA Arquivos Ltda., contratada para a guarda de papéis. “Em julho deste ano, o galpão da empresa foi roubado e incendiado. Dentre os documentos queimados estavam os do Metrô e os arquivos de mais 18 empresas”, diz a nota.
De acordo com a assessoria de imprensa da Companhia de Metropolitano, “o Metrô possui cópia microfilmada e/ou digitalizada de grande parte de seus documentos que sofreram o sinistro mencionado”. A empresa argumenta afirma que contratos que estão em execução não estavam junto com os itens queimados: “Portanto, não há prejuízo para as investigações do Ministério Público Estadual (MPE)”.
Investigações
No MP-SP existem duas investigações relacionadas ao Metrô: a licitação, suspeita de fraude, para o prolongamento da Linha 5-Lilás e o suposto superfaturamento na contratação de serviços para reformas de trens de linhas em atividade.
A empresa Alstom, fornecedora de equipamentos, sofreu várias denúncias de pagamentos de propina supostamente efetuados a políticos ligados ao governo de Geraldo Alckmin entre 2003 e 2006, para obter favorecimentos em licitações. O jornal norte-americano The Wall Street Journal chegou a publicar que a Alstom teria pago US$ 6,8 milhões para obter um contrato com o Metrô de São Paulo.
Em janeiro de 2007, a escavação de um túnel próximo à estação Pinheiros da linha 4-Amarela desabou, provocando a morte de sete pessoas e avarias em diversos imóveis dos arredores. A Alstom – junto com Odebrecht, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez e OAS – faz parte do Consórcio Via Amarela, responsável pelas obras da linha 4, que liga bairros da zona oeste à Estação da Luz, na região central.
Fonte: Correio do Brasil