Uma década depois da abertura oficial dos arquivos do Santo Ofício no Vaticano, numerosos documentos raros e preciosos estão sendo exibidos pela primeira vez ao público em uma exposição organizada em Roma com o objetivo de revelar “segredos” da temida época conhecida como a Inquisição.
Com o título “Raros e preciosos”, a mostra aberta hoje ao público e que prosseguirá até 14 de março no museu Vittoriano, permite descobrir o ambiente religioso, cultural, artístico, literário e político no qual surgiu o tribunal eclesiástico, instituído no século XII para acabar com a heresia.
Entre os documentos expostos, muitos deles frágeis, escritos com tintas vegetais, figura o assustador Índice do arquivo do tribunal, além do missal de um santo do século XVII que acreditava ser a reencarnação de Cristo, assim como os primeiros mapas dos bairros judeus da Itália e os decretos com os quais a Igreja ordenava a censura de livros.
Inaugurada por ocasião de um seminário em Roma sobre a história e os arquivos da Inquisição, a exposição exibe documentos únicos e inéditos evitando apresentar os célebres instrumentos de tortura com os quais a Inquisição e o Santo Ofício passaram à história.
“Gozava de muitas competências, em princípio tudo tinha que ser revisto pelo Santo Ofício”, explicou à imprensa Marco Pizzo, um dos curadores junto com Alejandro Cifres, diretor do Arquivo da Congregação para a Doutrina da Fé, ex-Santo Ofício.
Fonte: Último Segundo